Em mais uma ação de monitorização e conhecimento da biodiversidade da área restaurada pelo Projeto LIFE RIBERMINE no Lousal, no âmbito do Programa Ciência Viva 2022, a Mina de Ciência-Centro Ciência Viva do Lousal (https://lousal.cienciaviva.pt/), organizou uma ação aberta ao público, intitulada “Há Polinizadores na Mina!”, em colaboração com a Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal (http://www.tagis.pt/).

O projeto LIFE RIBERMINE congratula-se com a presença da Tagis, na monitorização dos insetos ocorrentes na área restaurada no Lousal.

Esta atividade dedicada aos insetos, dinamizada pelos investigadores Renata Santos e Albano Soares, decorreu durante o dia 30 de julho e inclui uma palestra e saídas de campo, para pesquisa direta dirigida para todos os grupos de insetos, na área restaurada e nas zonas envolventes, incluindo o sistema de Biorremediação e áreas naturais, como a Ribeira de Corona.

A saída de campo iniciou-se na Estrada das Pirites.

No campo, observaram-se várias dezenas de insetos, tendo a amostragem revelado a presença de 35 espécies, pertencentes a 7 ordens, designadamente: 6 espécies da ordem Orthoptera, 3 Hemiptera, 1 Diptera, 14 Hymenoptera, 1 Mantodea, 3 Lepidoptera e 7 Odonata. Entre estas, 7 espécies foram encontradas no interior da área restaurada, antevendo o sucesso da restauração ecológica do Projeto Piloto do Lousal, no que se refere a este grupo biológico.

Alguns insetos alimentam-se exclusivamente de plantas da família das compstas (ASTERACEAE), designadamente do género Carlina sp.. Na foto, o investigador observa um exemplar, em busca de insetos.

Recorde-se que a intervenção de restauro foi concluída em novembro de 2021, e que decorreram apenas alguns meses desde o início da colonização por novos seres, desta área onde antes praticamente não havia vida.

Fêmea de Mantis religiosa (louva-a-deus), Ordem Mantodea.

Encontrando-se o Projeto Piloto do Lousal no seu ano zero, esta primeira abordagem foi fundamental na identificação dos insetos que iniciaram a colonização da área restaurada, e, dos que ocorrem na zona envolvente, potenciais colonizadores, no futuro próximo, da área restaurada. Uma vez que esta primeira amostragem se realizou no verão, encontrando-se grande parte das plantas da área restaurada já secas, será essencial repetir as amostragens em diferentes épocas do ano e durante alguns anos, de forma a captar a maior diversidade e abundância de insetos possível, e, conhecer todo o processo de colonização desta área pelos insetos, elos essenciais das cadeias alimentares, que enriquecem a biodiversidade e fornecem vários serviços ecossistémicos.

Fêmea de Orthetrum trinacria (ortétrum-comprido), Ordem Odonata.

Macho de Cephalochilus labiatus, da Família Vespidae, pertencente à ordem Hymenoptera (que inclui vespas, abelhas e formigas).

Para o público, este tipo de ação é particularmente apelativo e pedagógico, potencialmente abrangendo várias faixas etárias, e, permitindo compreender melhor a complexidade da restauração ecológica levada a cabo e os seus objetivos de salvaguarda e preservação da biodiversidade.

Macho de Crocothemis erythraea (libélula-escarlate), Ordem Odonata.

Gafanhoto-de-asas-azuis, Oedipoda caerulescens, adulto. Da ordem Orthoptera.

O Projeto LIFE RIBERMINE, congratula-se com esta esta ação, e agradece à “Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal” por tudo o que transmitiu sobre os insetos, antevendo-se uma profícua colaboração futura!

Prospeção de insetos nas margens da Ribeira de Corona, linha de água situada a jusante da área restaurada.

Foto com uma participante na atividade “Há Polinizadores na Mina!”, Ciência Viva no Verão 2022.