Foi com grande entusiasmo que o LIFE RIBERMINE recebeu em maio, no Projeto Piloto do Lousal, um representante da empresa “Sementes de Portugal” (www.sementesdeportugal.pt, https://pt-pt.facebook.com/sementesdeportugal/), a empresa escolhida para fornecer sementes de plantas nativas da região Alentejo, para os trabalhos de revegetação no Lousal. O seu representante, mostrou-se extremamente agradado com o aspeto do campo, destacando a elevada taxa de germinação das plantas e a qualidade visual da paisagem. O profissionalismo e dedicação da “Semente de Portugal”, na obtenção e fornecimento de sementes viáveis, o seu entusiasmo nos resultados obtidos e a intenção de continuar a acompanhar o projeto, fazem desta empresa, um indispensável Stakeholder do projeto LIFE RIBERMINE!

João Gomes (Sementes de Portugal) e Álvaro Pinto (Centro Ciência Viva do Lousal) nos campos floridos do Projeto Piloto do Lousal.

Recorde-se que, no âmbito dos trabalhos de revegetação realizados no Projeto Piloto do Lousal, para uma área de 1,6ha, foram utilizados aproximadamente 60 kg de sementes de 21 plantas nativas da região Alentejo (sobretudo herbáceas e algumas arbustivas), e, mais de uma centena de bolotas de azinheira (Quercus rotundifolia L.). As bolotas de azinheira, foram recolhidas em árvores dos montados existentes na área circundante ao Lousal. As restantes sementes, foram adquiridas à empresa “Sementes de Portugal”, que, para muitas das espécies, efetuou coletas em populações selvagens, garantindo assim, a composição desejada do elenco de plantas previamente seleccionado.

Calendula arvensis L. (erva-vaqueira), ASTERACEAE.

Frutos de Calendula arvensis L. (erva-vaqueira).

Papaver rhoeas L. (papoila), PAPAVERACEAE.

Lupinus luteus L. (tremoceiro-amarelo), FABACEAE. As plantas desta família botânica, são importantes fixadoras de azoto, contribuindo para a fertilidade e qualidade do solo.

Na realidade, apesar dos fundamentados pressupostos teóricos subjacentes à seleção das espécies a utilizar, dado o caráter pioneiro e experimental do Projeto Piloto do Lousal (reconfiguração geomorfológica, emenda edáfica com recriação de duas camadas de solo – a mais profunda composta por uma mescla de argilas expansivas e brita calcária, e, a mais superficial, por uma mistura de estrume de cavalo semi-curtido, granulado de estume de aves, e, um composto vegetal esterilizado -) na prática, os resultados da revegetação, eram à partida, uma incógnita. Assim, escolheram-se sobretudo plantas pioneiras e com amplas amplitudes ecológicas, que, à partida, fossem capazes de sobreviver em diferentes condições ambientais e de substrato, de forma a garantir a cobertura vegetal da área.

Chrysanthemum coronarium L. (malmequer ou pampilho) e Papaver rhoeas L. (papoila), duas das espécies mais abundantes na área restaurada.

Lavatera trimestris L. (malva), MALVACEAE. Espécie ruderal de ampla tolerância ecológica, coloniza diversos tipos de substratos (desde campos perturbados, a solos argilosos, arenosos ou calcários).

Echium plantagineum L. (soagem ou língua-de-vaca), PLANTAGINACEAE.

Rebento de Quercus rotundifolia L. (azinheira), FAGACEAE.

Durante o mês de novembro de 2021, as sementes de plantas de várias famílias botâncias, foram espalhadas no terreno por sementeira “à mão-livre”, e, as bolotas foram enterradas no solo. Na primavera de 2022 (sobretudo nos meses de abril e maio), foi já possível observar o resultado da instalação da vegetação, cujo sucesso está bem patente na plena floração da maioria das espécies, que recriam os tradicionais campos floridos do Alentejo nesta época! Disfrute do registo fotográfico de algumas das espécies semeadas!

Álvaro Pinto e Mónica Martins (equipa Life Rbermine/ Centro Ciência Viva do Lousal).